quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MÍDIA E POLÍTICOS: QUEM ALIMENTA QUEM??



Por Eduardo Guimarães



Você já se perguntou se é a mídia que serve à oposição de direita ou se é
esta que serve àquela? Durante os últimos anos, como a mídia se dedicou
a produzir factóides que servissem ao discurso oposicionista, prevaleceu
a sensação de que Serra e sua turma a tinham nas mãos. Mas e se a for
a mídia que usa os Serras, Alckmins e FHCs da vida?

Pensemos juntos. Por que a mídia bilionária serviria a um grupo político
que dela depende para sobreviver? Todos viram o estrago que algumas
míseras denúncias que saíram na mídia durante o processo eleitoral –
quando esta deu a fatura por liquidada em favor de Dilma – fizeram na
candidatura tucana à Presidência.

Ao contrário do grupo político lulo-petista, o grupo demo-tucano
demonstrou não ter a menor resistência à investigação e ao
questionamento de uma só das dezenas de denúncias não divulgadas
que pesam contra os partidos de direita. Sem o apoio da mídia,
PSDB, DEM e PPS talvez nem sobrevivessem a estas eleições.

A mídia parece ter um poder de barganha com os partidos de direita que
os deixa muito distantes de poderem se servir dela. É mais provável, por
esta linha de pensamento, que as famílias midiáticas é que escolham
políticos que julguem com “potencial” para lograrem vitórias políticas, as
quais serão usadas para atenderem a demandas de classe social.


Ou seja, a mídia tampouco é general de nada. No máximo, é tenente a
serviço de um setor muito pequeno da sociedade que, através de
empresários de comunicação, vinha conseguindo fazer com que os
seus interesses nada representativos parecessem os interesses de todos.


Tal poder, porém, começou a minguar. Da virada do milênio para cá,
essa mídia passou  a perder doses maciças desse  poder de eleger
e/ou de derrubar políticos.


Note-se que a ida da eleição presidencial para o segundo turno mais
uma vez – depois de ter sido logrado o mesmo em 2006 – evitou que
os meios de comunicação se tornassem atores irrelevantes ou de
somenos importância em processos eleitorais futuros.




Todavia, não se pode esquecer de que a direita brasileira perdeu a
terceira eleição presidencial consecutiva apesar de todo o aparato
de comunicação de que dispõe. É importantíssimo notar que uma
consistente maioria do eleitorado brasileiro disse um enorme não aos
factóides tucano-midiáticos, aos seus propagadores e ao candidato deles.

Não vamos nos esquecer de que quem ficou ao lado de Dilma e de
Lula mesmo com a avalanche de denúncias que se viu, certamente
acredita que os adversários deles – tanto na mídia quanto na classe
política – mentiram.


O fato é que se esta linha de pensamento estiver certa, a cadeia de
comando correta é elite branca, mídia e, por último, os partidos que
se dispõem a representar os interesses de um estrato social
extremamente rico e diminuto que põe à disposição dos seus
soldados políticos um aparato de propaganda bilionário.


Fonte: http://www.rodrigovianna.com.br/

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